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sábado, 2 de agosto de 2008

Além da Serie "Mitologia Grega" Iremos Ter a Historia de Hera

Já Vimos a Historia de Zeus parte 1/6 vamos agora ver a historia de Hera a mulher de Zeus !
Hera para os gregos, Juno para os romanos, a Rainha do Olimpo, governava junto ao seu marido Zeus. Ela era filha de Cronos e Réia, a Grande Mãe deusa titã e foi criada na Arcádia. Teve como ama as Horas, ou as Três Estações.

O pouco que se sabe sobre ela provém de "Ilíada" de Homero, onde ganha fama de esposa ciumenta. O que descortina-se entretanto, é que em culturas patriarcais antigas, os homens tinham por regra, satirizar toda e qualquer mulher que alcança-se algum poder.

Se Hera foi uma mulher disposta à contendas conjugais, realmente é porque ela estava coberta de motivos. Zeus era um homem libertino, promíscuo e infiel. Praticamente nenhum de seus filhos foram concebidos dentro dos limites de seu casamento oficial. O único deus que nasceu da união legítima de Zeus e Hera foi Ares, o deus da guerra, o mais medíocre dos deuses gregos. Visualiza-se aqui uma sociedade contemporânea, configurada em uma família patriarcal. Zeus é o pai, o chefe, o "cabeça do casal". Muito embora os conflitos persistentes, a supremacia de Zeus é escancarada.

Zeus, pai dos deuses e dos homens era um nódico. Ele e sua paternidade de Wotan (Odin), vieram do norte junto com demais tribos, cujo o sistema social era patrilinear. Já Hera, representa um sistema matrilinear. Ela era a Rainha de Argos, em Samos e possuía no Olimpio um templo distinto de Zeus e anterior a este. Seu primeiro consorte foi Heracles. Quando os nórdicos conquistadores chegam a Olímpia, massacram a população e concedem às mulheres a lúgubre escolha entre a morte ou a submissão à nova ordem. Hera reflete, portanto, uma princesa nativa que foi coagida, mas não subjulgada por este povo guerreiro. Assim, sabe-se agora o devido motivo porque o único filho de Zeus e Hera tenha sido Ares, o deus da guerra. Realmente Zeus e Hera viviam em "pé de guerra"dentro do Olimpio.

Hera foi extremamente humilhada com as aventuras de Zeus. Ele desonrou o que ela considerava de mais sagrado: o casamento. Favoreceu seus filhos bastados em detrimento de seu legítimo e pisoteou seu lado feminino quando ele mesmo deu à luz a sua filha Atenas, demonstrando que não precisava dela nem para conceber.

Nos dias atuais, embora a mulher através de árduas penas tenha conquistado seu espaço, os casamentos não se modificaram tanto assim. Permanecemos em uma sociedade patriarcal e o casamento ainda é considerado como uma instituição de procriação.

As mulheres continuam a sofrer violências domésticas e profissionais e a busca do tão almejado casamento por amor com satisfação sexual plena é castrado pelas concepções obsoletas cristãs. Mas, muito embora todas estas limitações e deficiências do casamento, a mulher sente-se profundamente atraída por ele. Romanticamente todas sonham em compartilhar a tarefa de criar seus filhos e estabelecer uma unidade chamada "família".


HERA ANTES DE ZEUS


Estudos mais apurados revelam que Hera já existia muito antes do aparecimento de Zeus. Em Olímpia, seu templo é bem anterior ao do seu marido. Ali foram encontrados selos minóicos onde Zeus aparece de pé, como um guerreiro de barba longa (característica nórdica), junto à Deusa sentada no trono, o que sugere que o Deus é o eleito da Deusa e não o contrário.

Seu nome, que significa "Senhora", não é, como o de Zeus indoeuropeu e as imagens de serpentes, leões e aves aquáticas que a acompanham lhe outorgam uma linhagem muito antiga. Heródoto pensava que os gregos haviam tomado a Deusa Hera dos indígenas pelasgos da Grécia setentrional. Dessa maneira lhe devolve a unidade, originária e criativa, que lhe corresponde.

Gimbutas sugere que, igual à Atena, com a qual aparece em muitas lendas, Hera poderia remontar-se à Deusa serpente do período Neolítico que governava sobre as águas celestiais.
Tanto Homero como Platão relacionam seu nome com o "ar". Em "Ilíada" é chamada "Rainha do céu" e "Hera do trono dourado". Também pe chamada "Deusa dos brancos braços", uma imagem romântica dos raios de Lua que se estendem pelo céu noturno.

Por outro lado, o epíteto que Homero dá a Hera, "boopis", que significa "De olhos de vaca", sugere que ela também seja uma Deusa da Terra, cuja imagem sempre foi da vaca desde as épocas mais antigas: a Ninhursag suméria e a Hator egípcia, por exemplo, para não mencionar as consortes anônimas de uma longa série de touros fertilizadores cujas aspas tinham forma da lua crescente. Atrás do caráter demoníaco de alguns de seus filhos, pode-se confirmar a mesma história. Se trata do dragão Tifão (em algumas lendas Hera é sua mãe) e a monstruosa Hidra, a quem Hera dá à luz de maneira autônoma, como toda Deusa da Terra vista da ótica dos Deuses Celestes.

Em certa ocasião, desgostosa com seu marido por haver engendrado a Atena por sua conta, Hera golpeou a terra e convocou a Gea e a Urano. Gea, a fonte da vida, se estremeceu com o golpe. Hera sabia que seu desejo havia sido concedido e, um ano mais tarde, nasceu Tifão. O dragão de Hera foi enviado à Delfos para cuidar de Delfine. Mais tarde, o filho luminoso de Zeus, Apolo, o mata.

Deusa de Argos e também de Samos, Hera se apropriou dos templos micênicos e seu culto se estendeu por toda a Grécia. As espigas de trigo eram chamadas de "flores de Hera" e eram colocadas sobre seu altar quando se sacrificava o gado.


O MATRIMÔNIO SAGRADO DE HERA E ZEUS


Em muitos lugares da Grécia se celebrava o matrimônio sagrado entre Hera e Zeus, representando-se de novo o antigo ritual do casamento entre o céu e a terra, que bendezia e regenerava a vida. Na descrição de sua reconciliação na "Ilíada" todavia, podem se encontrar recordações do ritual misterioso do matrimônio sagrado antes que a imagem desse casal que tantas vezes se representava: quando se reconciliavam, toda a terra floresce.
E, quando Zeus toma Hera em seus braços, os oculta uma nuvem dourada muito espessa como para que o Sol a penetre:

"Digo que o filho de Crono estreitou a esposa em seus braços.
Abaixo deles a divina terra fazia crescer branda erva,
lótus cheio de orvalho, açafrão e jacinto
espesso e fofo, que ascendia e protegia o solo.
Nesse tapete se esticavam, cobertos com uma nuvem
bela, áurea, que destilava nítidas gotas de orvalho.
Assim dormia sereno o pai e no mais alto do Gárgaro,
entregue ao sonho e ao amor, com sua esposa nos braços".

Era como se esse acontecimento divino, que antigamente unia os princípios complementarios do universo, se secularizasse na Grécia patriarcal para servir, antes de tudo, como modelo para o reto ordenamento da sociedade mediante o cumprimento devido à cerimônia do matrimônio. (As mulheres gregas, devemos recordar, estavam excluídas da democracia igual aos escravos; careciam de direito ao voto e raramente desfrutavam do mesmo direito à educação que seus irmãos e maridos).

"Tu eres quem passa a noite nos braços do supremo Zeus", se converteu na expressão emblemática da autoridade de Hera, uma fonte ambivalente de satisfação para alguém acostumada a ser Deusa por direito próprio, como implicam os relatos de sua fúria ante a liberdade de Zeus. Se essa fúria for retirada do contexto marital e devolvida ao momento histórico, momento em que os que contraíam matrimônio representavam modos de via em universos diferentes e inclusive opostos entre si, o sentido da injustiça de Hera se revela claramente como negativa a submeter-se ao estabelecido por Zeus relação com a fusão das duas culturas (gregas e nórdicas).
Enquanto Hera, as vezes, compartilha o altar com Zeus, a recordação de sua antiga independência sempre estava presente: ele não devia duvidar que a Deusa era sua irmã maior, e que inclusive o salvou quando era criança das facetas de Crono, posto que em alguns relatos foi ela mesma que o levou à Creta.

Todas essas histórias, lidas simbolicamente, contribuem para aumentar o sentimento de protesto mitológico ante a perspectiva de submeter-se ao julgo do matrimônio com um companheiro desigual. O que se conclui é que Hera havia contraído um matrimônio à força e nunca se tornou realmente esposa.


HERA E HERACLES

Outra alusão à seu antigo papel como Grande Deusa, se dá através de sua relação com o herói Heracles (Hércules). Seu nome significa "glória a Hera", e os doze trabalhos que a Deusa lhe impõe simbolizam os doze meses durante os quais o Sol "trabalha" em sua caminhada anual. Enquanto no relato Heracles empreende essas provas não por vontade própria, mas sim por imposição de Hera (em seu papel de Deusa Escura da Lua Minguante), a imagem de servo ou filho-amante da Deusa que o nome de Heracles implica sugere que o antigo ritual em que o Sol que se unia com a Lua Cheia, possivelmente se oculte atrás desse relato. Também, a imagem de Heracles como homem adulto mamando o peito de Hera, tal qual foi encontrado em um desenho de um espelho etrusco, recorda os faraós mamando nos peitos de Ísis em seu papel de filhos-amantes da Deusa.

A lenda que rodeia esse episódio conta que Zeus fez com que Hera caísse adormecida e Hermes colocou Heracles em seu peito, porém, como herói que hera, a mordeu e a despertou e, enquanto a Deusa se sacudia, o leite se derramou pelo céu dano origem a Via-Láctea.


DEUSA TRÍPLICE

Na Arcádia, ao ser celebrada como a Grande Deusa dos tempos pré-homéricos, Hera possuía três nomes. Na primavera era Hera "Parthenos" (Virgem). No verão e no outono tomava o nome de Hera "Teleia" (Perfeita ou Plena) e no inverno chamava-se Hera "Chela" (viúva). Hera, a antiga deusa tríplice não tinha filhos, de modo que, os mistérios da maternidade não estão aqui simbolizados, mas sim os mistérios das fases da mulher "antes" do casamento, na "plenitude" do casamento e "depois" na viuvez. As três facetas de Hera também ligam-se às três estações e às três fases da Lua.

Hera renovava anualmente a sua virgindade banhando-se na fonte Cânata, perto de Argos, local consagrado especialmente a ela. Assim, vemos que ela traz em si o arquétipo da eterna renovação, semelhante ao ciclo da Lua em suas fases. Através deste ato, ela une o ciclo lunar, o ciclo menstrual e o ciclo anual da vegetação.



ARQUÉTIPO DE HERA

Jung nos afirma que nenhum de nós chega a totalidade enquanto não vivenciar os aspectos femininos e masculinos da natureza interior. Para tanto, toda a mulher deve "casar"com seu "animus" e todo o homem deve fazer o mesmo com a sua "anima".

Ao contrairmos um casamento no mundo exterior, significa dizer que encontramos um parceiro(a) que reflete os nossos traços sexuais opostos interiores.

Toda a mulher-Hera sabe que o casamento é o caminho pela qual se chega à inteireza e plenitude. O arquétipo de Hera leva à mulher a estabelecer um pacto de lealdade e fidelidade com seu companheiro. Uma vez casada é "para sempre", ou até que a morte os separe. Hera não é um "clone" feminino dos ideais masculinos, mas sim a personificação do "feminino maduro", que sabe o que quer e só sentirá completa através do "sagrado matrimônio".

Hera estabelece o arquétipo da relação homem-mulher numa sociedade patriarcal, como esposa e companheira ideal. Assim, é uma deusa do casamento, da maternidade e da fidelidade, além de ser a guardiã ciumenta do matrimônio e da hereditariedade.



O SIMBOLISMO

O seu mito era associado a vaca, o que revela o seu vínculo com a fecundidade e com o nascimento. Seus outros símbolos são a via-láctea, diadema de diamantes, o lírio e a iridescente pena da cauda do pavão, que continha olhos, simbolizando a cautela de Hera.

A vaca sempre foi associada à deusas da Grande-Mãe como provedoras e nutridoras, enquanto a via-láctea, em grego gala significa "leite da mãe", reflete uma crença anterior às divindades olimpicas, de que ela surgiu dos seios da Grande Mãe. Isso depois torna-se parte da mitologia de Hera, que conta que o leite que jorrou de seus seios formou a Via-Láctea. As gotas que caíram sobre a Terra tornaram-se lírios, símbolo do poder de autofertilização feminino da Deusa.



HERA HOJE: MULHER FÁLICA

O arquétipo de Hera só se manifesta nas mulheres na segunda metade da vida. Basicamente a mulher-Hera quer duas coisas: igualdade e parceria. Para justificar suas aspirações tenderá enfatizar o conceito de dever no seu casamento. A esposa-Hera é muito extrovertida, o que significa dizer que é muito sociável, gosta de interagir com outras pessoas. Ela foi criada para sentar-se ao trono ao lado do marido. Aquela história de que atrás de um homem existe uma grande mulher, é a mais pura verdade e ela é uma Mulher-Hera. O que acontece entretanto, que raras as vezes políticos e governantes aceitam compartilhar seu poder com suas esposas, o que pode levá-las à completa frustração.

Quando os gregos começaram a mencionar e documentar os conflitos conjugais entre Zeus e Hera, estivessem aludindo as tensões que podem nascer não apenas do relacionamento entre os sexos no casamento, mas também da inevitável desproporção entre o poder público e o poder privado. Por debaixo desta dinâmica é fácil visualizar as rixas entre Hera e Zeus.

Desde a época das "Mulheres Megéricas de Shakespeare, a mulher-Hera tem assombrado a sociedade. Os psicanalistas as chamam de "mulheres fálicas", que esboçam uma associação psicológica com a mulher-Amazona. Caso seu impulso fálico seja desdenhado por uma parceria desigual, ela entra em colapso, poderá perder o controle e acabar sendo impelida por aquilo que deseja controlar. Os junguianos denominam este fato como "possessão de animus", quando o lado masculino frustrada da mulher, destrutivamente governa os vários aspectos de sua vida íntima. Quem teve a oportunidade de ver o filme "Atração Fatal", sabe a que me refiro.



MEDITANDO COM HERA



As mulheres-Heras são anciãs sábias que já alcançaram a comunhão espiritual com a Grande Mãe. Medita-se com Hera para contatar a nossa Deusa Interior e buscar um novo Renascimento.

Encontre um local reservado em sua casa para este ritual. Crie condições que lhe propiciem esta viagem, acendendo um incenso ou uma vela e colocando um relaxante som ambiental. Sente-se confortavelmente com a coluna ereta e feche os olhos. Inspire e expire profundamente através de uma respiração abdominal. Já soltando o corpo e girando o pescoço no sentido horário. A seguir, no sentido anti-horário. Comece então a visualizar um caminho que a levará ao topo de uma montanha. Lá surgirá entre uma névoa o Templo de Hera. Caminhe por entre as colunas e vá até seu trono. Curve-se diante dela demonstrando respeito. Ela descerá de seu trono e virá recebê-la. Beije sua mão e ela a abraçará. Em seguida será encaminhará pelas escadarias e a colocada em seu trono. Sente-se, sem receio. Hera perguntará a você agora, o que faria se fosse lhe concedido o benefício de ser rainha por um dia. É hora de você avaliar sua vida e verificar tudo o que gostaria ainda de fazer para ajudar em primeiro lugar a si mesma e depois aos outros. Pense baixo ou fale em voz alta, como lhe aprouver. Sinta-se Rainha e Dona não só de seu interior como do mundo. Inspire e expire este poder.

Refaça suas escolhas, reorganize sua essência, reprograme sua mente, mas acima de tudo defina um propósito de vida e prepare-se para incorporar uma nova mulher. Suas derrotas ou vitórias dependem do grau de intensidade do seu sentir e do seu referencial interno sobre o mundo. Você como rainha tem o mundo em suas mãos e souber administrar este poder com os olhos do coração, entenderá que o bom o ruim são apenas manifestações que não estamos aptos a aceitar.

Quando você se achar pronta, levante-se do trono e agradeça à Hera esta rara oportunidade. Ela lhe acompanhará até a entrada do templo e você seguirá sozinha o resto do caminho. Volte a inspirar e expirar vagarosamente sentindo seu coração lotado de prazer. Abra os olhos e se espreguice. Recomece neste instante uma nova vida, mais aberta à capacidade de transformação.


RITUAL CONTRA A INFIDELIDADE

Muitos de nós pensamos que podemos confiar na fidelidade de nosso parceiro. Lamentavelmente, nem todo mundo honra essa confiança. Se você se preocupa com a possível infidelidade de seu parceiro, pode pedir uma ajuda à Deusa Hera.

A romã, símbolo da união matrimonial, está consagrada à Hera. Sente-se em uma mesa e corte uma romã pela metade. Retire 3 sementes e coma a fruta. Enquanto o faz, reflita sobre suas expectativas em relação a seu parceiro, como e o que essa pode esperar de você.

Depois de comer toda a fruta, vá até o quarto que compartilha com seu parceiro e coloque as sementes sobre o travesseiro. Invoque a Deusa Hera dizendo:
-"Hera, de modo igual que a romã protege suas sementes, peço que me protejas. Mantenha minha relação livre das tentações da infidelidade."
Coloque então uma das sementes embaixo do colchão do lado de seu parceiro na cama. As outras duas podem ser descartadas.



Texto pesquisado e desenvolvido por

Rosane Volpatto



Bibliografia consultada
A Deusa Interior - Jennifer Barker Woolger/Roger J. Woolger
O Oráculo da Deusa - Amy Sophia Marashinsky
A Grande Mãe - Eric Neumann
As Deusas e a Mulher - Jean Shinoda Bolen
A Deusa Tríplice - Adam Mclean

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